Sulferrol

Bula do Medicamento - Farmacologia do Remédio

Doença do Sangue

Sulferrol, para o que é indicado e para o que serve?

No tratamento e profilaxia das anemias ferroprivas, em particular: anemia hemorrágica aguda, hipermenorréia, anemia da gravidez, e período de lactação, convalescença, anemias devido à má alimentação, anemias secundárias e verminoses.

Quais as contraindicações do Sulferrol?

Tuberculose ativa, úlcera gastro-duodenal, gastroenterite , hepatite , insuficiência hepática, hemocromatose e hemossiderose, intolerância gástrica ao ferro .

Como usar o Sulferrol?

Adultos (Drágeas):

1 a 2 drágeas por dia, ou uma colher das de sopa, duas a três vezes ao dia, após as refeições.

Crianças (Xarope):

Uma colher das de chá ou das de sobremesa duas vezes ao dia, de acordo com a idade e a prescrição do médico.

Gotas:

Dose profilática diária:

  • Crianças jovens - 6 gotas.
  • Crianças maiores, adolescentes e adultos - 12 gotas.

Dose terapêutica diária:

  • Até 2 anos - 40 gotas (13 gotas três vezes ao dia)
  • De 2 a 6 anos - 60 gotas( 20 gotas três vezes ao dia)
  • De 6 a 12 anos - 80 gotas ( 26 gotas três vezes ao dia)
  • Adultos e Mulheres grávidas - 120 gotas (40 gotas três vezes ao dia)

Quais cuidados devo ter ao usar o Sulferrol?

Deve-se ter especial cuidado em pacientes que possam desenvolver uma sobrecarga de ferro, bem como aqueles com hemocromatose, anemia hemolítica ou aplasia eritrocitária. No caso de falha na resposta ao tratamento, devem ser investigadas outras causas de anemia.

Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Sulferrol?

A intolerância aos preparados orais de ferro ocorre principalmente em função da quantidade de ferro solúvel presente no trato gastrintestinal e de fatores psicológicos. Pirose , náuseas, vômitos , mal-estar gástrico superior, constipação e diarréia. Com doses mais altas, são mais comuns náuseas e dor abdominal. Fezes escuras causadas pelo ferro. Hemocromatose, somente em pacientes com deficiên- cia na absorção de ferro.

População Especial

Gravidez:

Não convém usar ferro durante o primeiro trimestre de gravidez.

Pacientes Idosos:

Não existem advertências ou recomendações especiais sobre o uso do produto por pacientes idosos. Devendo-se levar em consideração o estado geral do paciente.

Riscos

Não use este medicamento se você tem problemas gastrointestinais.

Qual a composição do Sulferrol?

Drágeas:

Cada drágea contém:

  • Sulfato Ferrosoanidro - 250mg(equivalente a 50 mg de ferro)
  • Excipiente (Croscarmelose sódico,polivinilpirrolidona, gelatina, álcool etílico , goma laca, corante ver- melho bordeaux no 2, estearato de magnésio, amido, lactose, talco , carbonato de cálcio , avicel,goma arábica) q.s.p - 1 drágea

Xarope:

Cada colher das de sobremesa (10 ml) contém:

  • Sulfato Ferrosoanidro - 250mg(equivalente a 50 mg de ferro)
  • Veículo (Corante caramelo, ciclamato de sódio, sacarina, nipazol, nipagin, ácido cítrico, açúcar e essên- cia de caramelo) q.s.p - 10 ml

Gotas:

Cada 1 ml ( 23 gotas) contém:

  • Sulfato Ferrosoanidro - 68mg (equivalente a 13,6mg de ferro)
  • Veículo (Corante caramelo, ciclamato de sódio, sacarina, nipazol, nipagin, ácido cítrico, açúcar e essência de caramelo) q.s.p - 1 ml

Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Sulferrol maior do que a recomendada?

A superdosagem de ferro é particularmente grave em crianças, razão pela qual é necessária atenção imediata caso se tenha ultrapassado 30 mg/ Kg ingeridos. O tratamento é realizado com deferoxamina em meio ambulatorial.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Sulferrol com outros remédios?

Há relatos dos seguintes efeitos do uso de Sulfato Ferroso juntamente com:

Medicamento

Efeito da interação

Ácido acetohidroxâmico

Pode haver formação de quelatos com o ferro e possivelmente outros metais, provocando redução na absorção intestinal de ambos

Antiácidos , suplementos de cálcio e medicamentos que contenham em sua formulação bicarbonatos, carbonatos, oxalatos ou fosfatos

Podem provocar a redução na absorção de ferro, assim como a pancreatina ou a pancrelipase

Penicilina

Pode provocar a diminuição dos efeitos terapêuticos da penicilina

Tetraciclina

O ferro reduz os efeitos terapêuticos resultantes da tetraciclina de uso oral

Vitamina E

Pode provocar danos na resposta hematológica em pacientes com anemia por deficiência de ferro. Doses elevadas de ferro podem aumentar a necessidade diária de vitamina E. Recomenda-se a observação dos pacientes com a administração de ambos

Interação medicamento-substância química

Há relatos dos seguintes efeitos do uso de Sulfato Ferroso juntamente com:

Alcool

Efeito da interação: pode provocar intoxicações; se em uso prolongado na forma férrica, pode ocorrer acúmulo hepático.

Interações medicamento-exame laboratorial e não laboratorial

Há relatos dos seguintes efeitos do uso de Sulfato Ferroso juntamente com:

Exame laboratorial

Efeito da interação

Prova de ortoluidina

A presença de suplementos de ferro pode provocar falsos resultados positivos

Bilirrubina

Podem produzir valores falsamente elevados de bilirrubina

Cálcio

Podem produzir valores falsamente diminuídos para a determinação sérica de cálcio

Glucose oxidase

O Sulfato Ferroso pode dar falsos resultados negativos de glucose oxidase

Qual a ação da substância do Sulferrol (Sulfato Ferroso)?

Resultados de Eficácia


Comprimido

Um estudo foi desenvolvido no Centro de Atenção à Mulher do Instituto Materno Infantil de Pernambuco, para avaliar a efetividade de três esquemas de tratamento utilizando Sulfato Ferroso em gestantes anêmicas. Esse estudo foi em Recife, no período de maio de 2000 a dezembro de 2001. O ensaio clínico foi aleatório e cego do ponto de vista laboratorial, utilizando comprimidos de Sulfato Ferroso para administração de 60 mg de ferro elementar. As gestantes foram alocadas em três grupos de tratamento, conforme a frequência de administração do ferro: uma vez por semana (n =48); duas vezes por semana (n =53); e uma vez ao dia (n =49). Foram comparadas as concentrações de hemoglobina, volume corpuscular médio e ferritina. (1)

Antes da intervenção, os grupos eram homogêneos e apresentaram as seguintes médias e desvios-padrão nas concentrações de hemoglobina: 10,2 ± 0,5 g/dL para o grupo que recebeu Sulfato Ferroso uma vez por semana; 10,2 ± 0,6 g/dL para o grupo que recebeu Sulfato Ferroso duas vezes por semana; e 10,1 ± 0,6 g/dL para o grupo que recebeu Sulfato Ferroso uma vez ao dia. As médias de volume corpuscular médio foram, respectivamente: 88,5 ± 5,0; 87,6 ± 5,9; e 88,7 ± 5,1 fL. As medianas de ferritina foram 30,2; 37,1; e 52,9 ng/mL. Houve 27% de cura no esquema de uma vez por semana, 34% no grupo tratado duas vezes por semana e 47% no tratamento diário. Abandono do tratamento por queixa de diarréia ou dor epigástrica só foi observado no tratamento diário. (1)

Em conclusão, o tratamento diário com Sulfato Ferroso continua sendo o mais eficaz.

Contudo, o tratamento com Sulfato Ferroso duas vezes por semana é uma alternativa em caso de dificuldade de adesão ao tratamento diário. (1)

Segundo revisão bibliográfica realizada por Cardoso, M. A. & Penteado, M. V. C, o tratamento com ferro medicamentoso deve ser utilizado em todos os pacientes com diagnóstico clínico-laboratorial de anemia, uma vez que as modificações da dieta por si só não podem corrigir a anemia por deficiência de ferro (ADF). O tratamento de escolha é a administração oral de ferro. O Sulfato Ferroso é o sal de escolha devido ao seu baixo custo e alta biodisponibilidade. A dose de tratamento depende da severidade da anemia. (2)

A suplementação com ferro como medida preventiva tem grande chance de sucesso quando dirigida a grupos específicos como gestantes e lactantes, lactentes e préescolares.

Para gestantes em áreas de baixa prevalência de anemia (Hb < 11 g/dl em menos de 20% das gestantes na segunda metade da gravidez), a dose preconizada pela OMS é de um comprimido de 60 mg de ferro elementar por dia. A suplementação deve ocorrer principalmente durante a segunda metade da gravidez. (2)

A necessidade de intervenções para o controle da prevalência da anemia ferropriva deve ser determinada pela magnitude da deficiência nutricional e pelo conhecimento de seus efeitos na qualidade de vida, morbidade e mortalidade. A abordagem mais usual é fornecer ferro suplementar a gestantes, nutrizes e lactentes em programas de assistência primária à saúde, reconhecidamente os grupos de maior vulnerabilidade. (2)

Um estudo foi realizado para determinar se a suplementação de ferro podia prevenir decréscimos no status de ferro e melhorar as medidas de desempenho físico e estado cognitivo em soldados mulheres durante o treinamento básico de combate (TBC). No estudo de 8 semanas randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, os soldados voluntários (n = 219) receberam cápsulas contendo 100 mg de sulfato de ferro (correspondente a 15 ± 0,2 mg de ferro elementar) ou placebo. Ensaios indicadores do status de ferro foram realizados pré e pós- treinamento básico de combate. O tempo de execução de duas milhas foi avaliado pós-treinamento básico de combate. O humor foi avaliado através de um questionário, Perfil dos Estados de Humor, pré e póstreinamento básico de combate. (3)

A participação no curso de treinamento básico de combate (TBC) teve efeito sobre o nível de ferro, como mostrado pela elevação do RDW (índice que indica a variação de tamanho das hemácias) - P <0,05 e do sTfR ( Receptor solúvel de tranferrina) - P <0,05. O RDW no grupo placebo aumentou de 16.1 ± 1.5 % para 16.8 ± 1.5 % e no grupo do ferro de 16.1 ± 1.6 % para 16.9 ± 1.6 %. O sTfR no grupo placebo aumentou de 21.8 ± 8.0 nmol/L para 27.2 ± 10.5 nmol/L e no grupo do ferro de 21.4 ± 9.0 nmol/L para 23.6 ± 9.6 nmol/L. A ferritina sérica foi reduzida (P <0,05) pós-TBC, porém a suplementação com ferro atenuou essa queda, pois no grupo placebo, os valores de ferritina eram 39.6 ± 30.7 ng/mL e diminuiram para 26.0 ± 18.3 ng/mL e no grupo tratado com ferro eram de 37.0 ± 29.4 ng/mL e dimuiram para 32.0 ± 22.1 ng/mL.(3) Em voluntários com ADF (Anemia por Deficiência de Ferro) no início da TBC, o tratamento com ferro teve um efeito benéfico, porque o tempo de execução médio foi de 110s mais rápido (P <0,001) no final do TBC no grupo tratado com ferro em comparação com os voluntários tratados com placebo (1081 ± 125s em comparação com 1191 ± 96s). A suplementação com ferro resultou em melhora (P <0,05) no vigor, de 10.8 ± 4.9 antes do tratamento para 13.1 ± 6.3 após o tratamento, sobre o Perfil dos Estados de Humor pós – TBC. (3)

Em conclusão, a suplementação com ferro atenuou o decréscimo nos indicadores do estado nutricional de ferro nos voluntários. Além disso, a suplementação de ferro mostrou-se ser benéfica para o humor e a performance física. (3)

Referências:

(1) Souza A. I. et al. Efetividade de três esquemas com Sulfato Ferroso para tratamento de anemia em gestantes. Rev Panam Salud Publica vol.15 no.5 Washington May 2004.
(2) Cardoso, M. A. & Penteado, M. V. C. Intervenções Nutricionais na Anemia Ferropriva. Caderno Saúde Pública, Rio de Janeiro, 10 (2): 231-240, abr/jun, 1994.
(3) McClung J. P. et al. Randomized, double-blind, placebo-controlled trial of iron supplementation in female soldiers during military training: effects on iron status, physical performance, and mood. Am J Clin Nutr. 2009 Jul;90(1):124-31. Epub 2009 May 27. PMID: 19474138 [PubMed - indexed for MEDLINE].

Gotas

Um ensaio de campo randomizado, com crianças de 6 a 12 meses de idade, foi realizado com o objetivo de avaliar a efetividade da suplementação universal profilática com Sulfato Ferroso, em administração diária ou semanal, na prevenção da anemia em lactentes. As crianças foram atendidas em unidades básicas de saúde do município do Rio de Janeiro, em 2004-2005. Foram formadas três coortes concorrentes com suplementação universal com Sulfato Ferroso com grupos: diário (n=150; 12,5mg Fe/dia), semanal (n=147; 25mgFe/semana) e controle (n=94). A intervenção durou 24 semanas e foi acompanhada por ações educativas promotoras de adesão. A concentração de hemoglobina sérica foi analisada segundo sua distribuição, média e prevalência de anemia (Hb<110,0 g/L) aos 12 meses de idade. A avaliação da efetividade foi realizada segundo intenção de tratar e adesão ao protocolo, utilizando-se análises de regressão múltipla (linear e de Poisson). (1)

Os grupos mostraram-se homogêneos quanto às variáveis de caracterização. A intervenção foi operacionalizada com sucesso, com elevada adesão ao protocolo em ambos os grupos expostos a ela, sem diferença estatística entre eles. Após ajuste, somente o esquema diário apresentou efeito protetor. Na análise por adesão, o esquema diário apresentou evidente efeito dose-resposta para média de hemoglobina sérica e prevalência de anemia, não sendo observado nenhum efeito protetor do esquema semanal. (1)

Portanto, apenas o esquema diário de suplementação universal com Sulfato Ferroso dos 6 aos 12 meses de idade foi efetivo em aumentar a concentração de hemoglobina sérica e em reduzir o risco de anemia. (1)

Segundo revisão bibliográfica realizada por Cardoso, M. A. & Penteado, M. V. C, o tratamento com ferro medicamentoso deve ser utilizado em todos os pacientes com diagnóstico clínico-laboratorial de anemia, uma vez que as modificações da dieta por si só não podem corrigir a anemia por deficiência de ferro (ADF). O tratamento de escolha é a administração oral de ferro. O Sulfato Ferroso é o sal de escolha devido ao seu baixo custo e alta biodisponibilidade. A dose de tratamento depende da severidade da anemia. (2)

A suplementação com ferro como medida preventiva tem grande chance de sucesso quando dirigida a grupos específicos como gestantes e lactantes, lactentes e préescolares.

Crianças com baixo peso ao nascer (< 2,5 kg) apresentam velocidade de crescimento pós-natal maior; por isso, recomenda-se 2 mg de ferro elementar/kg de peso/dia a partir do segundo mês de idade. Para crianças em idade escolar, se a prevalência de ADF apresentar magnitude importante, o serviço de saúde em assistência primária e os professores poderão fornecer doses diárias de 30 a 60 mg de ferro elementar/dia, dependendo da idade e do peso da criança. (2)

A necessidade de intervenções para o controle da prevalência da anemia ferropriva deve ser determinada pela magnitude da deficiência nutricional e pelo conhecimento de seus efeitos na qualidade de vida, morbidade e mortalidade. A abordagem mais usual é fornecer ferro suplementar a gestantes, nutrizes e lactentes em programas de assistência primária à saúde, reconhecidamente os grupos de maior vulnerabilidade. (2)

Um estudo foi realizado com o objetivo de determinar a situação de ferro das crianças que consumiam mingau cozido em água com adição de Sulfato Ferroso. Um total de 234 crianças, com idades entre 6-12 meses, foram recrutados na República Popular Democrática da Coreia (RPDC Coreia do Norte) e divididos aleatoriamente em grupo ferro (Fe) e grupo placebo. No início do estudo, não havia diferenças significativas entre os dois grupos no que diz respeito à concentração de hemoglobina (Grupo Fe com Hb = 111 ± 10.4 e grupo placebo com Hb = 111 ± 10.0) e na prevalência de anemia. O grupo Fe recebeu mingau de arroz fortificado com 10 mg de ferro (como Sulfato Ferroso) por dia, adicionada à água em que o arroz era cozido e o grupo placebo recebeu cereal nãofortificado por 6 meses. (3)

Após a intervenção, a concentração média de hemoglobina no grupo Fe foi significativamente maior do que no grupo controle (grupo Fe 118 g/L e grupo placebo 110 g/L; p<0,001). A prevalência de crianças com anemia no grupo Fe foi significativamente menor em comparação com os do grupo placebo (grupo Fe com 24% e no grupo placebo com 48%; p <0,001). Os valores de ferritina sérica foram significativamente diferentes no final do estudo (Grupo Fe com 40,7 K/L e grupo placebo com 26,8 K/L; p<0,001). A proporção de crianças com anemia ferropriva (Hb < 110 g/L, Ferritina Sérica < 12 mcg/L) no grupo Fe foi significativamente menor em comparação com os do grupo placebo (p <0,001).(3) Em conclusão, a adição de Sulfato Ferroso reduziu a prevalência de anemia ferropriva de lactentes na RPDC, sem reações adversas. Esta fortificação simples seria apropriada como um programa nacional na RPDC e em outros países. (3)

Em outro estudo objetivou-se testar a terapêutica com doses profiláticas de sulfato ferroso no combate à anemia carencial ferropriva, em 620 crianças de 4 a 36 meses de idade, atendidas em duas unidades de saúde do Município de São Paulo, Brasil. As crianças foram submetidas a coleta de sangue para dosagem de hemoglobina. Em seguida, foi prescrita dosagem de 12 mg/dia de ferro elementar, por 30 dias.

Observouse que 25% dos menores de 6 meses apresentaram níveis de hemoglobina inferiores a 11,0 g/dl. As maiores ocorrências de anemia foram detectadas entre os de 9 e 23 meses de idade (50,0%).

Decorrido o prazo, apenas 37,4% das crianças com anemia e 52,4% das não anêmicas retornaram para reavaliação. Das 299 que foram reavaliadas, somente 157 (52,5%) receberam a medicação corretamente. A frequência de hemoglobinas inferiores a 9,5 g/dl caiu de 17,1% no início do estudo, para 8,1% ao final da intervenção. Por outro lado, o percentual de crianças com hemoglobinas superiores a 12,0 g/dl subiu de 13,4%, para 33,4%. As que receberam a suplementação férrica de forma correta registraram queda nos índices de anemia sensivelmente maior que a observada naquelas suplementadas de forma incorreta.

Concluiu-se que a terapêutica com doses profiláticas de Sulfato Ferroso mostrou-se eficiente na recuperação dos níveis de hemoglobina. (4)

Referências:

(1) Engstrom E. M. et al. Efetividade da suplementação diária ou semanal com ferro na prevenção da anemia em lactentes. Revista de Saúde Pública, vol.42 no.5 São Paulo Oct. 2008 Epub Aug 08, 2008.
(2) Cardoso, M. A. & Penteado, M. V. C. Intervenções Nutricionais na Anemia Ferropriva. Caderno Saúde Pública, Rio de Janeiro, 10 (2): 231-240, abr/jun, 1994.
(3) Rim H.Y. MD, et al. Effect ofiron fortification of nursery complementary food on iron status of infants in the DPRKorea. Pac J Clin Nutr 2008;17 (2):264-269.
(4) Torres M.A.A. et al. Terapêutica com doses profiláticas de Sulfato Ferroso como medida de intervenção no combate à carência de ferro em crianças atendidas em unidades básicas de saúde. Revista de Saúde Pública, vol.28 no.6 São Paulo Dec. 1994.

Xarope

Segundo revisão bibliográfica realizada por Cardoso, M. A. & Penteado, M. V. C, o tratamento com ferro medicamentoso deve ser utilizado em todos os pacientes com diagnóstico clínico-laboratorial de anemia, uma vez que as modificações da dieta por si só não podem corrigir a anemia por deficiência de ferro (ADF). O tratamento de escolha é a administração oral de ferro. O Sulfato Ferroso é o sal de escolha devido ao seu baixo custo e alta biodisponibilidade. A dose de tratamento depende da severidade da anemia. (1)

A suplementação com ferro como medida preventiva tem grande chance de sucesso quando dirigida a grupos específicos como gestantes e lactantes, lactentes e préescolares.

Para crianças em idade escolar, se a prevalência de ADF apresentar magnitude importante, o serviço de saúde em assistência primária e os professores poderão fornecer doses diárias de 30 a 60 mg de ferro elementar/dia, dependendo da idade e do peso da criança. (1)

A necessidade de intervenções para o controle da prevalência da anemia ferropriva deve ser determinada pela magnitude da deficiência nutricional e pelo conhecimento de seus efeitos na qualidade de vida, morbidade e mortalidade. A abordagem mais usual é fornecer ferro suplementar a gestantes, nutrizes e lactentes em programas de assistência primária à saúde, reconhecidamente os grupos de maior vulnerabilidade. (1)

Um estudo foi realizado em 118 crianças com anemia ferropriva (IDA), com idade variando entre 1-6 anos, para comparar a eficácia e efeitos colaterais do Complexo Polymaltose Ferro (IPC) em relação ao Sulfato Ferroso (SF) em preparações convencionais para tratamento da anemia ferropriva (AF). Os indivíduos foram randomizados para receber terapia oral com um IPC (Grupo A, n = 59) ou SF oral (Grupo B, n = 59), todos receberam ferro elementar em três doses separadas de 6 mg/kg/dia. Cento e seis crianças puderam completar o estudo, sendo 53 em cada grupo. (2)

Na maioria dos casos, em ambos os grupos A e B mostraram aumento da hemoglobina após o tratamento. Nenhuma mudança foi observada na Hb em 7,6% (n = 4) das crianças do grupo A e 1,9% (n = 1) do Grupo B. Onze (20,75%) casos apresentaram diminuição da hemoglobina no Grupo A, enquanto nenhum caso apresentou diminuição na hemoglobina no grupo B. Os efeitos colaterais gastrintestinais foram 2,5 vezes mais comum no grupo SF em relação ao grupo IPC (grupo IPC = 4 (7,6%) e grupo SF = 9 (17,0%)). Entretanto, um conjunto de queixas residuais foram mais comuns no grupo do IPC em relação ao grupo FS em um mês de seguimento (grupo IPC = 16 (30.8%) e grupo SF = 2 (3.8%)). (2)

Portanto, as crianças que receberam Sulfato Ferroso tinham maior nível de hemoglobina, e menos queixas residuais, em comparação com aqueles que haviam recebido polymaltose complexo de ferro. Esse estudo sugere que o Sulfato Ferroso tem uma melhor resposta clínica e menos efeitos adversos significativos durante o tratamento da anemia ferropriva em crianças. (2)

Referências:

(1) Cardoso, M. A. & Penteado, M. V. C. Intervenções Nutricionais na Anemia Ferropriva. Caderno Saúde Pública, Rio de Janeiro, 10 (2): 231-240, abr/jun, 1994.
(2) Bopche A. V. et al. Ferrous Sulfate Versus Iron Polymaltose Complex for Treatment of Iron Deficiency Anemia in Children. Indian Pediatrics. Vol. 46, October 17, 2009. Published online 2009 April 15. PII:S097475590700648-2.

Características Farmacológicas


Mecanismo de Ação

O ferro é um componente essencial na função fisiológica da hemoglobina; são necessárias quantidades adequadas de ferro para a eritropoiese e a capacidade resultante de transportar oxigênio no sangue. O ferro tem uma função similar na produção de mioglobina e também serve como co-fator de várias enzimas essenciais. Quando se administra por via oral, em alimentos ou como suplementos, o ferro passa através das células mucosas no estado ferroso e se une à proteína transferrina. Esta forma de ferro é transportada do organismo à medula óssea para a produção de glóbulos vermelhos.

Farmacocinética

A absorção de ferro aumenta quando os depósitos estão vazios ou quando aumenta a produção de glóbulos vermelhos. Entretanto, elevadas concentrações de ferro diminuem a absorção.

Nas formas farmacêuticas orais, a absorção se comporta da seguinte forma:

  • Pessoas com deficiência de ferro: absorve de 20 a 30%, sendo a quantidade aproximadamente proporcional ao grau de deficiência;
  • Pessoas sem deficiência de ferro: absorve-se de 3 a 10% do ferro ingerido. A absorção se processa principalmente no duodeno e jejuno proximal e é maior quando o ferro é ingerido com o estômago vazio. A absorção é mais eficaz quando o ferro encontra-se em sua forma ferrosa, do que quando está na forma férrica. Quando se administra com alimentos, a quantidade de ferro absorvida pode reduzir em 1/2 a 1/3 da dose ingerida com o estômago vazio. A união à proteína é muito elevada, cerca de 90% (hemoglobina-elevada; mioglobina, enzimas e transferrina-baixa e hemossiderinabaixa).

Não existe um sistema fisiológico de eliminação para o ferro e este pode acumular-se no organismo em quantidades tóxicas, entretanto, diariamente perdem-se pequenas quantidades de ferro, algumas vezes no suor, leite materno (0,5 a 1,0 mg/dia); sangue menstrual e urina.

Como devo armazenar o Sulferrol?

Conservar o produto ao abrigo da luz direta , do calor excessivo e da umidade. Prazo de validade: 24 meses após a data de fabricação.

Nenhum medicamento deverá ser administrado após o término do seu prazo de validade.

Ação esperada do medicamento: Antianêmica.

Informar ao médico a ocorrência de gravidez na vigência do tratamento.

Cuidados de administração: Aconselha-se o uso do medicamento após as refeições.

Informar ao médico o aparecimento de reações desagradáveis como: náuseas,prisão de ventre ou diarréia.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

Dizeres Legais do Sulferrol

Reg.MS no
1.0577.0042.002-2
1.0577.0042 .005-5
1.0577.0042 .006-3

No do lote, data de fabricação e validade: vide cartucho.
Farm.Responsável: Dra. Elaine C.M.Pessôa
CRF-SP no 14.059

BUNKER INDÚSTRIA FARMACÊUTICA LTDA
Rua: Aníbal dos Anjos Carvalho, 212 Cidade Dutra São Paulo - SP - Fone: (11) 5666-0266
C.N.P.J. 47.100.862/0001-50
Serviço de Atendimento ao Cliente:
SAC 0800.142110
INDÚSTRIA BRASILEIRA