Tericin AT

Bula do Medicamento - Farmacologia do Remédio

Antifúngicos

Tericin AT, para o que é indicado e para o que serve?

É indicado no tratamento de vulvovaginites e colpites causadas por fungos, bactérias e/ou Trichomonas ou quando não houver condição de identificar o agente etiológico.

É indicado, também, na pós-cauterização do colo uterino e na prevenção de infecções, acelerando, deste modo, o processo de cicatrização. As vulvovaginites e colpites mais comuns são causadas por Trichomonas vaginalis e Candida albicans .

A candidíase genital ocorre com maior frequência durante a gestação e após terapêutica antibiótica ou corticoterápica. Sua ocorrência tem sido relatada com crescente frequência em mulheres submetidas ao tratamento oral com agentes específicos contra Trichomonas e durante o uso de anticoncepcionais orais. Outros fatores que aumentam a susceptibilidade à candidíase vaginal são o Diabetes mellitus , perturbações endócrinas, distúrbios nutritivos e debilidade.

Tericin AT contém em sua fórmula tetraciclina e anfotericina B , associação eficaz no tratamento das vulvovaginites e colpites de etiologia única e mista causadas por bactérias, fungos ou Trichomonas .

Quais as contraindicações do Tericin AT?

O medicamento é contraindicado em eventuais reações de sensibilidade à qualquer dos componentes da fórmula.

Como usar o Tericin AT?

  1. Retire o aplicador da embalagem.

  1. Retire a tampa e coloque o êmbolo na extremidade até o final.

  1. Coloque o aplicador até o fundo da vagina e empurre o êmbolo até o final.

  1. Despreze o aplicador e guarde o êmbolo até o final.

Siga a orientação do seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.

Posologia do Tericin AT


O tratamento é realizado através da utilização de 1 aplicador (4 g) durante um período de 7 a 10 dias.

Sugere-se que a aplicação seja realizada no período noturno, antes de dormir . As aplicações de Tericin AT deverão ser feitas no período entre as menstruações, porém não interrompa o tratamento caso ela ocorra. Em casos mais graves deve-se prolongar o tratamento por 14 dias.

Aconselha-se utilizar um protetor de roupas íntimas para evitar manchas. O contato de Tericin AT com roupas pode manchá-las. Dependendo do tipo de material, estas manchas podem não ser removidas somente em uma lavagem.

Interrupção do tratamento

A interrupção de qualquer tratamento médico pode prejudicar a cura da doença.

Não interromper o tratamento sem o conhecimento do seu médico.

Quais cuidados devo ter ao usar o Tericin AT?

Gravidez e lactação

Apesar do produto ser de ação tópica e não apresentar ação sistêmica, Tericin ATdeve ser administrado com extrema cautela durante a gravidez, sobretudo se a gestante for portadora de insuficiência renal.

Deve-se evitar o uso do Tericin AT na fase de desenvolvimento da dentição, que corresponde ao último trimestre de gravidez e ao período de lactação, já que a tetraciclina, um dos princípios ativos da formulação, pode afetar a coloração dos dentes do neonato.

Informe seu médico a ocorrência de gravidez na vigência do tratamento ou após seu término.

Informar ao médico se está amamentando.

Pacientes idosos

Não existe nenhuma recomendação especial para o uso de Tericin ATem pacientes idosas.

Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Tericin AT?

As reações adversas mais comuns são:

Ardor e prurido local.

Informe seu médico o aparecimento de reações adversas.

Qual a composição do Tericin AT?

Apresentação

Creme vaginal - caixa com 10 aplicadores descartáveis pré-envasados de 4g.

Creme vaginal - bisnaga de 45g acompanhada de 10 aplicadores descartáveis de 4g.

Uso adulto.

Uso vaginal.

Composição

Cada 4g de creme contém:

Cloridrato de tetraciclina

100 mg

Anfotericina B

50 mg

Excipientes: Base neutra hidrossolúvel, álcool cetílico, óleo mineral , metilparabeno, propilparabeno, hidróxido de sódio, vitamina E, metabissulfito de sódio, água de osmose e EDTA tetrassódico.

Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Tericin AT maior do que a recomendada?

Até o momento não se tem relatos de casos de administração de doses elevadas do produto. Entretanto, tendo-se em vista o fato deste medicamento apresentar ação tópica, fica claro que casos de superdose são de difícil ocorrência.

Em casos de irritação local ou contato com os olhos, lave-os com água corrente.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Tericin AT com outros remédios?

Não se tem informação sob qualquer tipo de interação medicamentosa.

O uso concomitante de Tericin AT com álcool e/ou alimentos não afeta a atuação do produto. Informe seu médico sobre qualquer medicamento que esteja usando, antes do início, ou durante o tratamento.

Não tome remédio sem o conhecimento do seu médico, pode ser perigoso para a sua saúde.

Qual a ação da substância do Tericin AT (Anfotericina B + Cloridrato de Tetraciclina)?

Resultados de Eficácia


Patrono et al. avaliaram 35 mulheres com corrimento vaginal, sendo que 24 receberam a associação anfotericina B e tetraciclina sob a forma de creme vaginal durante 7 a 10 dias com uma aplicação diária e 11 pacientes foram tratados por 7 dias com 2 aplicações diárias. Foram avaliados os resultados clínicos, microbiológicos e a aceitabilidade da paciente em relação ao tratamento. A maioria dos casos apresentou infecção mista por C. albicans e outros agentes (por exemplo: Enterococus, Haemophylus vaginalis, Stafilococos aureus ).

No primeiro grupo, 87,5% das pacientes apresentaram cura clínica e bacteriológica após o primeiro ciclo de tratamento e 12,5% após o segundo ciclo. No segundo grupo, 81,8% apresentaram cura clínica e bacteriológica após o primeiro ciclo de tratamento e 18,2% após o segundo ciclo.

Outro estudo foi realizado por Moreto et Villani em 28 pacientes com candidíase e 32 pacientes com tricomoníase , três casos eram de associação Candida e Trichomonas . Oito pacientes tinham infecção mista por Candida, Trichomonas e outras bactérias. As pacientes utilizaram a associação anfotericina B e tetraciclina duas vezes ao dia, por um período de 10 a 20 dias.

No grupo de 28 pacientes com vaginite por Candida , 61% curaram após o primeiro ciclo e 11% após o segundo ciclo (total de 72%) e 10% melhoraram os sintomas. No grupo de 32 pacientes com vaginite por Trichomonas , 63% curaram após o primeiro ciclo e 6% após o segundo ciclo (total 69%) e 15,5% apresentaram melhora nos sintomas. Em apenas um caso no grupo de vaginites por Trichomonas houve necessidade de suspender o tratamento por intolerância local devido a prurido e leve edema vaginal. Nos outros casos, a tolerabilidade foi excelente não ocorrendo nenhum evento adverso, nem local nem geral. Dos três casos de infecção vaginal associada ( Candida e Trichomonas ), dois curaram após um ciclo de tratamento e o terceiro, após um ciclo de 15 dias de tratamento, houve cura da tricomoníase e melhora da candidíase.

Brenciaglia et al. avaliaram a utilização de anfotericina B e tetraciclina em vaginites causadas por Mycoplasma e em estudo comparativo com partricine, nifuratel e clotrimazol . Cultura de secreção vaginal foi realizada em 400 mulheres com prurido vaginal e leucorreia. A positividade para Mycoplasma foi de 44,5%. O desaparecimento dos sintomas coincidiu com a negativação das culturas para Mycoplasma após administração de anfotericina B e tetraciclina. No outro braço, a terapia comparativa mostrou-se totalmente ineficaz.

Rubin et al. desenvolveram um estudo com pacientes apresentando leucorreia. Estas pacientes foram divididas em dois grupos: 54 pacientes receberam anfotericina B e tetraciclina por 7 dias e outro grupo, de 39 pacientes, recebeu o mesmo esquema terapêutico por quatro dias.

No grupo 1 (54 pacientes), 68% apresentaram cura e 32% permaneceram com sintomas leves ou residuais ou leucorreia residual leve. No grupo 2 (39 pacientes), 86% apresentaram cura, concluindo que tetraciclina e anfotericina B foram efetivas no tratamento de leucorreia devido ao ampliado espectro etiológico, com nenhum registro de evento adverso.

Baiocchi estudou a utilização da associação anfotericina B e tetraciclina nos casos de colpites e cervicites. Baseado em estudos anteriores, quando Baiocchi e Salles avaliaram e comprovaram a eficácia terapêutica da associação anfotericina B com tetraciclina em colpites causadas por H.vaginalis e Baiocchi avaliou outras 71 pacientes e evidenciou remoção precoce da sintomatologia e reepitelização mais rápida das lesões em 69,6% dos casos, Baiocchi propôs observar uma casuística mais numerosa em relação à negativação dos sintomas e sinais clássicos, bem como a mais rápida reepitelização, através da associação tetraciclina e anfotericina B.

Um total de 160 pacientes portadoras de cervicites crônicas e/ou ectopias foram submetidas ao tratamento indutor endocervical (cautério-frio) seguido de utilização no pós-cautério frio imediato de um creme vaginal à base da associação de tetraciclina e anfotericina B. Em 152 pacientes (95%) o resultado foi considerado bom, com reepitelização mais rápida das lesões e remoção da sintomatologia precocemente: 33% das pacientes apresentaram resposta muito rápida (inferior a 15 dias), 62% das pacientes resposta rápida (entre 15 a 30 dias) e 5% resposta lenta.

Os resultados satisfatórios obtidos com o uso da associação tetraciclina e anfotericina B no pós-cautério relacionaram-se à remoção das queixas em 95% dos casos e aceleração do processo de reepitelização, concluído em até 30 dias ao invés de em até 90 dias como ocorre geralmente sem o uso associado de fármacos.

Referências Bibliográficas

1. D.Patrono, B. Antonini, A. Santoro, M.Ceccarini. Importanza delle infezioni delle prime vie genitali femminili nella patologia ostetricia e ginecologica. L’associazone tetraciclina-amphotetericin B in nueva formulazione, nella terapia topica vaginale Min.Gin., 33, 31-48,1981.
2. L. Villani, E. Moneta. Terapia delle infezioni vaginali polimicrobiche con un prodotto di associazione tetraciclina-amphotericin B. Min. Gin., 880-886.
3. M.I. Brenciaglia, M.Ilari, G.Lorino, R.Luciano, C.Mancini, R.Spitali. Rapporti tra micoplasma e vaginiti. Studio clinico sperimentale su 400 casi di affezioni vaginali trattate con l’associazione amfotericina B e tetraciclina. Min. Gin.,32, 223-227, 1980.
4. Rubin, M.Whitcomb. Moira Russell, N.D. Amod. Tetracycline and amphotericin B vaginal cream for mixed vaginal infections. SA Medical Journal, volume 63, 395-397, 1983.
5. O. Baiocchi, A.A. Salles. As colpites por Haemophilus vaginalis. Jorn. Bras. Ginec. vol. 73, 3, 147- 160, 1972.
6. O. Baiocchi. Avaliação do emprego de uma associação de tetraciclina + anfotericina B no pós-cautério em pacientes portadoras de ectopias e sintomatologia atribuídas às chamadas cervicites crônicas. Jorn. Bras. Ginec., vol. 78, nº 6, 1974.
7. O. Baiocchi. A cura das ectopias e cervicites crônicas pelo método indutor da prosoplasia escamosa e o aceleramento da reepitelização no período pós-cautério pelo emprego de uma associação de tetraciclina + anfotericina B. Rev. Bras. Clin. Terap., vol. XII, nº 11/12, 1983.

Características Farmacológicas


Farmacologia Clínica

As vulvovaginites e colpites mais comuns são causadas por Trichomonas vaginalis e por Candida albicans . A candidíase genital ocorre com maior frequência após terapêutica antibiótica ou corticoterapia. Sua ocorrência tem sido relatada com crescente frequência em mulheres submetidas a tratamento oral com agentes específicos contra Trichomonas e durante o uso de anticoncepcionais orais. Outros fatores que aumentam a suscetibilidade à candidíase vaginal são diabetes mellitus , perturbações endócrinas, distúrbios nutritivos e debilidade.

A anfotericina B, um dos componentes ativos do medicamento, possui atividade efetiva contra Candida albicans e tem sido amplamente usada sob a forma tópica no tratamento da candidíase genital. A anfotericina B possui também ação profilática, agindo contra a excessiva proliferação de Candida , causada pela alteração da flora vaginal pela tetraciclina. A tricomoníase geralmente se apresenta associada a outras infecções bacterianas e micóticas e raramente se encontra isolada.

A anfotericina B é ativa contra numerosos blastomicetes (leveduras) humanos e animais. Não é eficaz contra bactérias, ricketsia, vírus e dermatófitas. A ação da anfotericina B é fungistática ou fungicida, dependendo da concentração. Não se relatou resistência primária à anfotericina B desde o seu isolamento, em 1956.

Apesar do amplo uso da anfotericina B no tratamento de infecções fúngicas, não foram observadas cepas resistentes. In vitro , as cepas resistentes de Candida , com resistência cruzada à nistatina , foram cultivadas sob condições extremas. Até o momento, não foi relatado desenvolvimento de resistência de Candida , sob condições clínicas, em relação à anfotericina B.

A anfotericina B provavelmente se liga a esteroides da membrana celular do fungo, levando a uma alteração da permeabilidade celular e à perda de íons de potássio e de outras moléculas.

As tricomoníases raramente são infecções simples. Encontram-se frequentemente associadas com infecções bacterianas mistas. Trichomonas e bactérias vivem em perfeita simbiose. Algumas pacientes, portadoras de Trichomonas, apresentam exacerbação da sintomatologia depois que esta associação simbiótica se manifesta. A utilização do glicogênio das paredes vaginais pelas Trichomonas e a consequente elevação do pH vaginal estimulam a invasão bacteriana.

A ação principal da tetraciclina, o outro componente ativo do medicamento, é eliminar as bactérias que favorecem a proliferação das Trichomonas , rompendo o ciclo simbiótico. A tetraciclina é ativa contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, micoplasma, clamídia , ricketsia e também contra Trichomonas em simbiose com bactérias. Está demonstrada a resistência cruzada entre a tetraciclina e seus vários derivados. O desenvolvimento de resistência por patógenos à tetraciclina durante a terapia ocorre apenas muito lentamente, se ocorrer de forma completa.

Ao que parece, a ação das substâncias ativas desse produto possui efeito local, uma vez que elas não são absorvidas através da pele em quantidade suficiente para ação sistêmica.

O efeito inibitório da tetraciclina na formação da parede celular e na síntese de RNA é aumentado de forma sinérgica pela anfotericina B.

Toxicologia

Tolerância tópica

A tetraciclina + anfotericina B creme vaginal foi muito bem tolerado e raramente tem sido relatadas urticária e irritação local.

Após aplicação vaginal única do medicamento, demonstrou-se que a anfotericina B não foi detectada e somente quantidades muito pequenas de tetraciclina foram detectadas na urina. Nenhuma dessas substâncias foi detectada no sangue.

Carcinogenicidade

Não estão disponíveis investigações sobre carcinogenicidade, uma vez que a duração recomendada do tratamento com tetraciclina + anfotericina B é de apenas 10 dias. Portanto, como o medicamento não é destinado para uso por longo prazo, os estudos de carcinogenicidade não são necessários.

Mutagenicidade

Estudos in vitro realizados em células de camundongos com carcinoma, em leucócitos humanos, embrioblastos humanos, bactérias intestinais e in vivo em hamsters, demonstraram efeito mutagênico da tetraciclina. Apesar do vasto uso de tetraciclina + anfotericina B creme vaginal, não foi observada relevância clínica nestes estudos de mutagenicidade.

Toxicidade na reprodução

Não se tem experiência suficiente sobre o uso de tetra- ciclinas durante a gravidez. A tetraciclina pode ser depositada na fase de mineralização dos íons de cálcio nos ossos e dentes. Isto leva a danos nos dentes e diminui o crescimento ósseo. Estudos em animais mostraram indicações de efeitos embriotóxicos/teratogênicos.

A tetraciclina atinge o leite materno. O tratamento de mães durante a lactação pode causar danos graves às crianças (possibilidade de depósitos nos dentes, descoloração dental e distúrbios na flora intestinal), podendo ocorrer também aumento da pressão intracraniana.

A anfotericina B

Visto que não pode ser detectada a absorção de anfotericina B após aplicação vaginal, a ocorrência de toxicidade sistêmica com esta substância é improvável.

Carcinogenicidade/ Mutagenicidade

Não há informações disponíveis sobre a carcinogenicidade e mutagenicidade da anfotericina B. Estes dados não são necessários visto que, primeiramente, a anfotericina B não é absorvida após administração vaginal e também porque tetraciclina + anfotericina B creme vaginal não está direcionado para tratamentos a longo prazo.

Toxicidade na reprodução

Estudos de toxicidade reprodutiva com a anfotericina B em ratos, camundongos e coelhos não demonstraram indicações de teratogenicidade.

Farmacocinética e Biodisponibilidade

Dependendo da condição da mucosa, a tetraciclina e, improvavelmente, a anfotericina B podem ser absorvidas quando aplicadas na região genital.

Como devo armazenar o Tericin AT?

O medicamento deve ser conservado ao abrigo do calor excessivo, da umidade, da luz e em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C).

Prazo de validade: 24 meses após a data de fabricação.

Verifique a data de fabricação no cartucho.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido.

Características organolépticas

Tericin AT é um creme amarelo que pode apresentar pontos acastanhados.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

Dizeres Legais do Tericin AT

M.S.1.1861.0026.

Farm. Resp.:
Dra. Amanda Públio da Silva
CRF-SP n° 37.152.

Ativus farmacêutica Ltda.
Rua Fonte Mécia, 2.050
CEP 13270.000 - Caixa Postal 489
Valinhos/SP
Ind. Brasileira.

Venda sob prescrição médica.

Só pode ser vendido com retenção da receita.